Não há contradição no Nada Absoluto. Poderia haver o Nada. Aliás, deveria haver o Nada.
A maior questão existencial de todas é: Por que alguma coisa existe em vez de não existir? (Seja essa coisa Deus, o Universo, ou o que quer que você considere como o Criador Maior, o Princípio de Tudo.)
Muito bem, temos o Nada.
No Nada, uma Coisa só pode existir se, junto, houver uma Anticoisa equivalente em sentido inverso, cujo total redunde em Nada.
Em uma dimensão isso é fácil de visualizar. Temos o Zero. No entanto, alguém poderia dizer que existe uma Coisa chamada 2. Mas o 2 só pode existir em coexistência com o -2, sua Anticoisa. A existência total é Zero. O 2 e o -2 estão dentro da mesma Grande Bolha de Nada. É como se nada existisse. E realmente não existe.
O problema das Anticoisas é que são perfeitamente simétricas às suas Coisas, de modo que fica difícil distinguir o que é a Coisa e o que é a Anticoisa.
Mas não vamos parar em uma dimensão.
Em duas dimensões, temos um número infinito de Coisas diferentes que podem existir sem haver uma Anticoisa específica, mas que, juntas, se resumem a Nada.
Por exemplo, poderia haver uma Coisa (0,2), uma Coisa (1, -1) e uma Coisa (-1, -1). Juntas, somam (0,0) (estamos em duas dimensões). São 3 Coisas diferentes, sem Anticoisas (não há um (0,-2), (-1, 1) nem (1,1)), mas que só podem se anular juntas, e portanto só podem existir juntas. Temos uma Trindade. Uma Trindade que em si mesma é a Existência e o Nada, o Princípio e o Fim.
Isso foi só um exemplo. O Mundo pode ser bem mais complexo do que isso. Poderia haver 5 ou 8 Coisas, embora 3 seja a quantidade mais simples sem precisar de Anticoisas. Além disso, não há limites para o número de dimensões em que o Nada pode se desdobrar. Mas o que importa é que temos Coisas que podem existir sem que precise haver Anticoisas. Temos a Existência a partir do Nada, sem Antiexistência, sem Antissony em algum lugar escrevendo isto da direita para a esquerda. Temos uma explicação.
A Pergunta: Por que existe algo em vez de Nada?
A Resposta: Existe o Nada. É um nada formado por partes internas que se anulam mutuamente. Do lado de dentro do Nada, onde nós estamos, essas partes, de que somos feitos, parecem existir.